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Seis meses sem ir ao banco


Fiquei quase seis meses consecutivos sem entrar em agências bancárias nem utilizar qualquer espécie de terminal de caixa-eletrônico. Começou meio por acaso e acabou se tornando um desafio pessoal.

Há anos dou preferência ao cartão de crédito na hora de realizar qualquer pagamento. É muito mais prático e conveniente: não preciso carregar tanto dinheiro e, por adiar o pagamento, posso ficar com meu dinheiro investido, rendendo. É claro que isso depende de controle e disciplina, para que não haja surpresas na hora da fatura, mas isso pra mim não é problema. Só uso dinheiro em espécie quando não há outra opção, ou quando o custo da compra sai mais barato.

O meu desafio começou no final do mês de julho do ano passado. Estava me mudando para Belo Horizonte e saquei uma boa quantia no caixa eletrônico pra cobrir os gastos que teria nos meus últimos dias em São José dos Campos.

Em meados de setembro, me dei conta de que ainda não tinha ido a nenhum banco em Belo Horizonte. Foi aí que decretei meu desafio: queria ver por quanto tempo eu conseguiria ficar sem ir ao banco.

Na prática, minha rotina não mudou muito. Continuei pagando minhas contas com cartão, e usando sempre o Internet Banking para fazer minhas transações. E o tempo foi passando.

Algumas vezes cheguei a receber pagamentos pequenos em dinheiro de algumas pessoas, que facilitaram minha distância das agências bancárias. Até o comecinho de 2015.

Chegou a hora de pagar o IPTU e, ao tentar realizar o pagamento utilizando o site do banco, percebi que isso não seria possível: o valor era superior ao valor máximo permitido para pagamento online naquele dia.

E com o rabo entre as pernas, caminhei até a agência bancária (que fica no mesmo prédio que trabalho) para realizar o pagamento. E meu contador zerou em 175 dias.

Mas vejam só, embora tenha ido ao banco pra fazer um pagamento, eu ainda não saquei nenhuma cédula. Já são mais de seis meses sem retirar um centavo em dinheiro do banco. Acredito que a tendência é, felizmente, irmos cada vez menos a agências bancárias. Ganhamos tempo, praticidade e conforto com isso.

Mas por mais que isso seja uma tendência, tenho consciência de que muita gente ainda evita as transações via internet por desconfiança. Sei que existem muitos problemas de cybersegurança, mas é responsabilidade do banco oferecer um ambiente seguro para transações (e responsabilidade do usuário ter cautela e não deixar seu computador ser infectado por qualquer tipo de ameaça digital).  Eu mesmo já fui vítima de fraudes pelo menos em três ocasiões, e em todas elas o problema foi resolvido sem o menor ônus pra mim.

Só tem uma coisa que é meio injusta. Pagamentos utilizando cartão de crédito têm um custo a mais para o lojista. Esse custo acaba sendo diluído para todos os clientes e, de certa forma, isso contribui para o aumento dos preços dos produtos. E ao não frequentar tanto as agências bancárias, os lucros dos bancos (que já são enormes) acabam aumentando ainda mais. No fim das contas, estamos pagando por um serviço (que é a comodidade) e tem muita gente ganhando dinheiro com isso.  Só digo que é injusto pois é um pouco desproporcional. O custo de um pagamento em cartão para um lojista tem um impacto muito negativo pra ele e as taxas bancárias no caso do cartão de crédito beiram o abusivo. De qualquer forma, tenho consciência de que estamos pagando por um serviço e não tem nada de graça no mundo mesmo.

E meu contador agora marca 9 dias!



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