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Mostrando postagens de 2011

Gato de Botas

Depois das decepções dos últimos filmes do Shrek, minha expectativa para o filme do Gato de Botas era praticamente nula. Isso acabou sendo um fator positivo, pois qualquer coisa minimamente boa já faria com que eu achasse o filme melhor do que esperava. Mas o Gato de Botas não decepciona, e surpreende. A história é completamente independente da cronologia do Shrek – o reino de Tão Tão Distante sequer é citado. Com liberdade para explorar um mundo totalmente novo, os roteiristas do filme acabaram criando uma história interessante, e que se sustenta. Repleto de referências à fábulas e com pitadas de humor politicamente incorreto, o longa metragem tem uma trama consistente, de fácil entendimento pra crianças, e com final feliz – mesmo que à duras penas para as personagens. A aposta da Dreamworks dessa vez foi acertada e, naturalmente, o filme irá render muito dinheiro. Fica a torcida para que não criem novas sequências que acabem estragando a história.

Operação Presente

Todo fim de ano, os cinemas recebem inúmeros filmes natalinos. Mesmo recheados de clichês, costuma ter públicos significativos – é o espírito de Natal. O longa mais interessante desse ano (ou o único que conseguiu me atrair até o cinema para assistí-lo) foi o Operação Presente , do estúdio Aardman, responsável por bons filmes como A Fuga das Galinhas e Wallace & Gromit. Logo no começo do filme, uma cartinha de uma criança questiona a existência do Papai Noel, cheia de dúvidas que todas as crianças algum dia tem na vida, mas também com indagações com background científico: se o Papai Noel se move tão rápido, porque ele não pega fogo na atmosfera? A partir daí, toda a operação do Papai Noel é detalhada, e o uso consistente da tecnologia responde a cada pergunta das crianças e deixa tudo verossímel. Não vale a pena se esticar mais na história para não estragar a surpresa de quem for ao cinema. O objetivo do filme é, naturalmente, passar uma mensagem positiva sobre o Natal. Ainda

O pop e o rock na China

Na minha recente visita à China, tentei pesquisar sobre rock chinês pra, quem sabe, ir a um show em Pequim. Mas pelo que consegui encontrar, parece que o rock and roll não é um gênero muito popular por lá. Nos momentos em que ficava no hotel, costumava deixar a televisão ligada, por mais que eu não entendesse nada do que estivessem falando. E os canais disponíveis não eram tão atraentes – CCTV 1, CCTV 2, CCTV 3, até o 11 ou 12. Tinha também a BTV 1, 2 etc. Todos canais controlados pelo governo. Mas tinha também a MTV China, que pra mim ficava sintonizada o tempo todo. A programação era bem repetitiva. Dava impressão que a programação era igual em todos os dias, e os clipes eram sempre os mesmos. A MTV China tá sofrendo uma invasão de girl bands, mais ou menos como era no ocidente na época das Spice Girls. E dessas bandas de meninas, a mais popular é a miss A , que conta com duas coreanas e duas chinesas. Vários clipes das garotas eram trasmitidos a todo momento. As músicas costuma

Foo Fighters nos dois dias do Lollapalooza

Ano que vem acontece a primeira edição do festival Lollapalooza no Brasil, após 20 anos nos Estados Unidos e 1 no Chile. A principal atração do evento é o Foo Fighters, banda de rock mais importante do mundo em 2011, na minha humilde opinião. Começou a rolar um burburinho no Facebook e no Twitter falando que a banda poderia tocar nos dois dias do festival (que acontece em 7 e 8 de abril de 2012). Nada confirmado pela organização do evento até o momento. Na segunda-feira, dia 5, a programação oficial será divulgada e os ingressos passarão a ser vendidos. Até lá, temos só um listão com todas as atrações do evento, sem divisão por dias e horários. A julgar pela procura por ingressos na pré-venda, tudo indica que o festival terá suas entradas esgotadas rapidamente. Dessa forma, não há necessidade de se colocar uma banda como chamariz nos dois dias do festival – já que independentemente dos Foo Fighters tocarem, todos os ingressos serão vendidos mesmo. No entanto, se eu fosse o cur

A quase decepção de Star Fox 64 3D

Sempre fui nintendista. Uma das razões é a jogabilidade dos sistemas da Nintendo, que sempre me agradou mais que os concorrentes e outra é a imensa gama de franquias exclusivas. Mario é o personagem mais icônico da empresa (e é o protagonista de praticamente metade dos jogos que tenho), mas há outras séries importantes como Zelda, Pokémon e Star Fox. Sempre ignorei a saga espacial de Fox McCloud e companhia. Pelo menos até o mês passado. O Nintendo 3DS foi muito fraco em lançamentos nos seus primeiros meses. E quando resolvi comprar mais um jogo para minha coleção, acabei escolhendo o Star Fox 64 3D, um remake do jogo do Nintendo 64. Há duas diferenças significativas em relação ao jogo original: os gráficos agora são em 3D (sem óculos, como todos os jogos de Nintendo 3DS) e o controle pode ser feito movimentando o console. Fui jogando todo empolgado, até que cheguei em um chefão de fase. Morri umas duas vezes e matei o tal macacão. Achando que teria mais fases, me surpreendi quand

Atividade Paranormal 3

Quando assisti o segundo filme da série Atividade Paranormal , ao invés de escrever sobre ele eu simplesmente copiei o meu texto sobre o primeiro filme. Pra quem não lembra, os textos podem ser lidos nos links abaixo: Atividade Paranormal Atividade Paranormal 2 Fui assistir Atividade Paranormal 3 preparado pra copiar essa resenha mais uma vez. Felizmente, dessa vez a fórmula do filme mudou um pouco. Mas só um pouco. A maior parte do filme continua naquele clima de tensão silencioso, com vários sustos provenientes de portas batendo ou de mudanças repentinas de câmera. No entanto, esse é o mais assustador dos filmes da série. A plateia no cinema reagia muitas vezes com gritos onde era perceptível o medo do espectador (e algumas vezes eram só uns palhaços mesmo). Atividade Paranormal 3 é provavelmente o melhor filme da série. Vá ao cinema sem medo – que o medo vai te encontrar lá dentro da sala.

Galeria de Mestres

Mestre Yoda (Star Wars) Mestre dos Magos (Caverna do Dragão)   Mestre Splinter (As Tartarugas Ninjas) Mestre Kame (Dragon Ball) Mestre (Branca de Neve e os Sete Anões) Mestre Ancião (Cavaleiros do Zodíaco) Mestre Gregório (ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica)

Filmes muito loucos

Eu não consigo entender a dificuldade que os tradutores de nomes de filmes tem pra batizar as versões nacionais dos longa-metragens de Holywood. E o que mais me deixa incomodado é que nem criatividade eles tem: as mudanças basicamente se resumem a colocar um “louco” no título. Não sei se comercialmente é mais interessante um nome do filme com esse adjetivo. Particularmente, me dá vergonha ir ao cinema pra ver esses filmes muito loucos. Pra ter uma noção do tamanho desse problema cultural brasileiro, resolvi listar a maior quantidade o possível de filmes com “louco” ou “louca” no título. A lista aceita contribuições e você a confere na sequência, com os nomes originais entre parênteses. 1941 - Uma Guerra Muito Louca (1941) A Gaiola das Loucas (The Birdcage) A Loucas Aventuras de James West (Wild Wild West) A Sauna das Loucas (The Ritz) A Volta ao Mundo em 80 Dias - Uma Aposta Muito Louca (Around the World in Eighty Days) Baladas, Rachas e um Louco de Kilt (The 51st State)

Dom Casmurro e os discos voadores

Passei 27 anos da minha vida sem ler o livro Dom Casmurro . Mas foi só colocarem alienígenas e andróides no meio da história que fiquei atraído pela trama. O livro Dom Casmurro e os discos voadores tem sua autoria creditada a Machado de Assis e Lúcio Manfredi. Parece estranho, e na verdade é um pouquinho. A história da paixa entre Bentinho e Capitu é conhecida por todos que prestaram o mínimo de atenção nas aulas de literatura e também por quem sabe um pouquinho de cultura geral – mesmo que não tenha lido o livro. A obra completa de Machado de Assis é de domínio público. Você pode até baixar nesse site e ler tudo em seu PC ou tablet, legalmente e gratuitamente. E se é de domínio público, você também pode fazer o que bem entender com ela. Aí entra o Lúcio Manfredi. O escritor e roteirista reescreveu a história clássica de Dom Casmurro, adicionando elementos ditos “fantásticos”, tais como discos voadores, extraterrestres e andróides. O livro pode desagradar aos mais conservadores,

Lanterna Verde, finalmente nos cinemas

Ultimamente tenho escrito pouco aqui no blog, e assim é natural que as visitas caiam. No entanto, não foi isso que aconteceu nesse mês. De repente, o blog começou a ter picos de acesso, e fui investigar o motivo. E a culpa é do Lanterna Verde! Não escondo que o gladiador esmeralda é um de meus heróis favoritos, e que a minha expectativa pelo filme que estreia na próxima sexta-feira é altíssima. Eu disse isso no blog há pouco menos de 3 anos. E agora boa parte das pessoas que estão buscando pelo símbolo do lanterna verde no Google estão caindo nessa antiga postagem do blog. Como o filme do herói estreia no dia 19 de agosto, a procura está só aumentando. P.S.: o filme da Liga da Justiça que citei em 2008 chegou a entrar em pré-produção, mas está suspenso por tempo indeterminado.

Capitão América – O Primeiro Vingador

Após o sucesso das franquias X-Men e Homem-Aranha (cujos direitos para o cinema são da Fox e Sony, respectivamente) a Marvel resolveu investir de verdade em seus super heróis no cinema e até criou um estúdio próprio para tomar conta de suas criações, o Marvel Studios . Os filmes lançados a partir daí passaram a ter elos uns com os outros, para que tudo culminasse num filme do super grupo Vingadores , reunindo os maiores heróis da editora. Homem de Ferro , Hulk , Thor e, finalmente, o Capitão América . Enquanto os filmes do Homem de Ferro surpreendentemente tiveram um sucesso avassalador, Hulk e Thor ganharam filmes razoáveis. O maior desafio, no entanto, ficou para o final: fazer com que um filme do Capitão América seja popular fora da América do Norte. O herói tem como uniforme uma bandeira dos Estados Unidos, e o anti-americanismo está em alta no mundo. Há países em que o título do filme foi apenas “O Primeiro Vingador”. O resultado, no entanto, foi satisfatório. O Capitão

SWU versus FIQ

A rica programação cultural do segundo semestre de 2011 acabou criando um conflito. O SWU Music + Arts Festival, em Paulínia, vai acontecer na mesma época que o Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte ( FIQ ), ambos aproveitando o feriado de 15 de novembro. Como eu não consigo estar em dois lugares ao mesmo tempo, vou ter que escolher um dos dois.   A programação de ambos os festivais ainda não está fechada, mas pelas atrações confirmadas já dá pra ter uma noção do que que vai ter. Montei assim alguns duelos pra me ajudar a concluir em qual evento é mais interessante comparecer.   Black Eyed Peas x Maurício de Sousa São os campeões de popularidade. De um lado, milhões de discos vendidos. De outro, mais de um bilhão de revistas em quadrinhos. Maurício de Sousa ainda leva vantagem por ter um papel importante na educação de uma parcela significativa das crianças brasileiras – inclusive na minha. Vencedor: Maurício de Sousa   Megadeth x André Dahmer Enquanto

Nintendo 3DS, benvindo ao Brasil!

Ontem o Nintendo 3DS foi lançado oficialmente no Brasil . Embora o preço da versão nacional é igual seja igual a aproximadamente o triplo da versão norte-americana, pelo menos já é possível comprar o console legamente nas terras tupiniquins. Há 5 anos um Nintendo DS Lite me acompanha, então questionei se deveria comprar a nova versão do portátil. Nintendista desde 1990, não resisti quando vi o console na minha frente quado viajei para o Lollapalooza e acabei comprando um pra mim. Com 3 meses de utilização, posso afirmar que a compra foi uma escolha acertada. O 3D do videogame é o efeito tridimensional mais impressionante que já vi. Com relação à jogabilidade, ele influencia pouco (inclusive, é possível desativar o 3D durante os jogos), mas visualmente é fantástico. O Nintendo 3DS também traz novidades como interação por realidade aumentada (que ainda é uma inovação pouco exlporada, mas cheia de potencial) e sensores de movimento. Para concorrer com os smartphones e tablets, há uma

Pato Fu na seção infantil

Lembro que em 1994, ouvi o recém lançado Gol de Quem? , de uma banda nova de Belo Horizonte que atendia pela divertida alcunha de Pato Fu. Na época não vi graça, mas hoje o considero um dos melhores álbuns da história do rock brasileiro. No auge dos meus 10 anos de idade, foi natural não compreender a revolução musical do Pato Fu na época. Eu ainda nem tinha descoberto o rock and roll , e era só uma criança. E passeando numa loja de discos, pude descobrir como as crianças de hoje podem ser musicalmente mais felizes. Tava lá o Pato Fu no meio de Galinha Pintadinha , Gnomeu e Julieta , Cantigas de Roda e outros itens infantis. Quando o álbum Música de Brinquedo foi lançado , o Pato Fu frisou que, embora tivesse sido todo gravado com instrumentos de brinquedo, não era um disco infantil. No entanto, esse rótulo acabou se grudando ao disco naturalmente. Os shows da atual turnê são cheios de crianças de todas as idades, que se divertem ao longo de toda a apresentação. E o Pato Fu virou

X-Men: Primeira Classe

Os dois primeiros filmes da série X-Men forma muito bons. O terceiro teve uma queda vertiginosa de qualidade e o longa-metragem do Wolverine foi uma decepção. Minha expectativa por X-men: Primeira Classe, que estreou nesse final de semana, era praticamente nula. Mas, por definição, eu tenho que assistir a todos os filmes de super-heróis dos quadrinhos para ao menos ter o direito de falar mal. Acontece que o filme que conta as origens do Magneto, Professor X e da primeira formação dos X-Men é a melhor adaptação já realizada para os mutantes no cinema. O filme é repleto de personagens carismáticos, cenas de ação, humor, tensão na dose certa. Ainda há espaço para reflexões profundas sobre política e preconceito. É o melhor filme de super-herói desde Batman – O Cavaleiro das Trevas. Tal como a Fênix, Jean Grey, os X-Men renasceram muito mais fortes do que antes. E eu que tinha desistido da série já estou com uma expectativa tremenda para a continuação.

Revistas que ando lendo

Desde pequeno, um dos meus passeios favoritos é ir a bancas de revistas. Posso passar um bom tempo dentro de uma e entrar em outra no quarteirão da frente (com exatamente as mesmas revistas à venda). Talvez por isso eu ache a Avenida Paulista tão divertida – bancas enormes em todos os quarteirões, algumas com funcionamento 24 horas! Naturalmente, eu leio bastante. Ando lendo ultimamente: Rolling Stone Música e cultura pop em geral. Traz entrevistas muito boas, mas tenho preguiça das fashion pages e das seções de consumo com produtos legais para ricos. Tem conteúdo da versão americana traduzido e traz um guia de lançamentos com críticas bastante interessantes. Billboard Brasil Revista de música bem eclética, que mistura rock, sertanejo, tecnobrega, samba e qualquer outro gênero musical. Tem um apelo mais comercial que a Rolling Stone, mas é boa para se manter informado com o que anda acontecendo no mundo da música sem preconceitos. info Indispensável para os amantes de

A oração da banda mais bonita da cidade

Por mais que o clipe fosse original, interessante e bem produzido, dificilmente A Banda Mais Bonita da Cidade deve ter imaginado a repercussão que o vídeo de “Oração” teve durante essa semana na internet. Afinal, atingir 800 mil visualizações em apenas quatro dias, para uma banda desconhecida do grande público, é uma tarefa difícil. Aliás, mesmo para as bandas mais conhecidas. A verdade é que o clipe caiu nas graças dos internautas. Diverte, empolga, emociona. Dá vontade de ter participado da gravação. No vídeo, os cinco membros da banda se juntam aos seus amigos e saem cantando e tocando pela casa. Tudo num clima familiar, com as pessoas transmitindo a sensação que estão realmente sentindo a música. E quem assiste sente junto. Quem ainda não viu, fica a recomendação. E quem já viu, com certeza vai querer ver de novo. E de novo.

Por outras bandas

A frequência de atualização do blog tem sido bem menor que nos últimos anos. Fato é que estou escrevendo menos. Pelo menos, no que se refere a textos que torno públicos. No entanto, tenho colaborado com outros blogs musicais, o Move That Jukebox! e o Disco Pops. A seguir, listo minhas contribuições recentes na blogosfera musical brasileira. Shows Lollapalooza @ Chile, dia 2 (03/04/11) Lollapalooza @ Chile, dia 1 (02/04/11) Discos Apanhador Só – Acústico-Sucateiro Tiê – A Coruja e o Coração The Pains of Being Pure At Heart – Belong Notícias Baixe o show completo do The Pains of Being Pure At Heart no Webster Hall Brother lança single de “Still Here” Mona libera música para download gratuito Shows Vampire Weekend @ Via Funchal, SP, 01/02/2011 Belle and Sebastian @ Circo Voador, RJ, 12/11/2010 Garotas Suecas @ SESC Pompeia, SP, 06/11/2010 Discos The Vaccines – What Did You Expect From The Vaccines? Cérebro Eletrônico – Deus e o Diabo no Liquidificador Belle a

Max Steel não, mamãe!

As lojas de brinquedo só perdem para as livrarias e lojas de discos no meu ranking de preferência de visita em Shopping Centers. Até hoje compro umas bobagens pra mim (há algo mais irresistível que um autorama de Mario Kart?). Normalmente visito só a seção de brinquedos para meninos, até porque a rosa Barbie que permeia toda a seção das meninas me cega. Mas um efeito semelhante ocorre nas prateleiras de action figures : não aguento o verde das embalagens do Max Steel! Sou um ferrenho defensor dos “bonequinhos” e acho que toda criança deve ganhá-los ao invés de ganhar carrinhos. Com bonecos, ela pode fantasiar histórias de super-heróis ou guerras interestelares. Com carrinhos, o máximo que sai é um “Velozes e Furiosos”. Mas é importante que não seja um Max Steel. Eu explico: existem dezenas de versões do boneco colocadas lada a lado, o equivalente às várias versões da Barbie. Tem o mergulhador, o motociclista, o esportista, sei lá. Mas não precisava disso tudo… No auge dos meus 6

A volta do vinil e a morte do CD

(e é tudo culpa do MP3) Enquanto as vendas de CDs caem a cada dia, o disco de vinil voltou a figurar nas prateleiras das lojas e nas coleções dos apreciadores de música. E minha coleção de vinil, que inclui discos comprados em sebos a preço de banana e lançamentos recentes que sequer chegaram a sair em CD,  cresce a cada dia. Dizer que o som análogico é melhor pra mim é balela. Que é pior, também. São diferentes, e o som depende muito do equipamento que você está utilizando pra reproduzir. E eu não acredito que eu tenha um ouvido sensível a ponto de escolher a mídia assim. Falar que é saudosismo seria mentira. O único LP que eu tive nos primeiros 25 anos da minha vida foi do Bozo. E em casa eu ouvia algumas histórias da coleção “Disquinho” também. Saudosismo pra mim seria voltar a comprar fitas K7 – essas eu tive aos montes. Pra mim as grandes vantagens do CD quando esse tipo de mídia surgiu eram a facilidade de se escolher a música a ser ouvida (apertando apenas um botão!) e a po

Piadas Nerds

Não gosto de livros que tem “Piadas” no nome. É bom ler textos engraçados, mas me incomoda o fato de avisarem que o texto que você está lendo é algo que deve lhe gerar uma risada. Mais ou menos o mesmo gerado em mim pelas risadas de fundo de alguns seriados. Isso seria o suficiente para que eu nunca passasse perto do livro Piadas Nerds, recém lançado pela editora Verus. Mas ao passo que o “Piada” me afasta, o “Nerds” me atrai. Até que folheando um exemplar numa livraria, comecei a rir potássios (KKKK) e resolvi levar um exemplar pra casa. O livro é de autoria dos nerds Ivan Baroni, Liz Fernando Giolo e Paulo Porrat, responsáveis pela conta de Twitter @PiadasNerds . A maior parte do conteúdo foi publicada anteriormente na rede de microblog, mas agora as piadas curtas estão divididas por assunto, e com um texto introdutório antes de cada uma delas. Acho que nunca li uma teoria tão divertida quanto a que diz que o título de mestre é muito mais legal que o de doutor. Boa parte das pia

Muse e o desafio de abrir o show do U2

Na Europa e nos Estados Unidos, o Muse está acostumado a ser headliner de festivais, e tocar em estádios lotados, com multidões afoitas para ouvirem suas canções. A diferença agora é que, no braço latino-americano da turnê 360º do U2,o estádio está lotado para ver outra banda. Estive presente no estádio do Morumbi no último sábado e pude ter uma noção do desafio enfrentado pelo Muse. Durante um show de apenas oito músicas, a banda enfrentou a indiferença e desinteresse da maior parte dos fãs dos irlandeses do U2. Tinha gente dormindo, batendo papo, passeando. No setor da arquibancada que fiquei, num espaço amostral de 500 pessoas, apenas 3 ficaram de pé no show de abertura. Fazendo um cálculo proporcional ao público presente, estimo que cerca de 540 pessoas estavam realmente interessadas na banda de abertura, o que dá cerca de 0,5% do público. O Muse fez um show intenso e impecável, utlizando da melhor maneira a vitrine que foi lhe dada para a divulgação do seu trabalho. Crei

O funk do Mortal Kombat

Depois da Dança do Street Fighter ( Super-heróis, videogame e os hits do carnaval ), chegou a vez do funk do Mortal Kombat. O mais interessante é que os cantores (?) e compositores conhecem bem o jogo e acabaram fazendo uma letra curiosíssima e assaz divertida. As cenas do game que permeiam o clipe acabam tornando os 3 minutos e meio mais engraçados ainda. É claro que vale mais pela piada que pela música. Mas é uma piada bem engraçada…

Aniversário

(inspirado numa história real) Já estavam juntos há muito tempo e o casamento aos poucos acabou com o romantismo. Faltava uma semana para o aniversário dela e ele tentava reacender a paixão. - Meu amor, poderíamos comemorar seu aniversário naquele motel que a gente ia quando éramos namorados. Na véspera do aniversário, a família estava reunida. O casal, a filha, irmãos, pais, cachorro e quem mais pudesse ter alguma relação de parentesco. Até que a garotinha de 3 anos resolve falar para todos algo que ela tinha ouvido em casa: - Papai, amanhã a gente vai comemorar o aniversário da mamãe no motel, né?

A tia e o telefone

Apesar do pique para festas e até shows de rock, minha tia já tem idade pra pegar fila preferencial e andar de ônibus de graça. Dia desses, liguei pra ela e conversei durante um bom tempo. Na hora de nos despedimos, ela demonstrava preocupação, e acabou se abrindo comigo: “Gregório, desde que você me ligou estou procurando meu telefone celular. Já revirei os armários, sofá, todos os cantos da casa e não encontrei.” Não me contive: “Deve ser porque ele está no seu ouvido…” Ela ficou meio sem graça, mas riu no final. Eu ri mais.

Aline, dos quadrinhos para a TV

(e para a lista de séries canceladas) Eu tinha uns doze anos, e diariamente recortava minhas tiras preferidas das páginas da Folha e do Estado de São Paulo pra colar em um dos meus cadernos de tiras. Uma de minhas favoritas tinha o título “Big Bang Bang”. Escrita e desenhada por Adão Iturrusgarai, trazia as aventuras de Aline e seus dois namorados. Ousadas, surreais, exageradas, as tiras me divertiam à beça. Cheguei a comprar três livros de coletâneas, que foram lidos e relidos diversas vezes. Quando as tiras foram adaptadas para a TV, em 2009, achei o máximo. A versão da Rede Globo era uma versão extremamente diferente dos quadrinhos, bem mais leve, com menos sexo, menos drogas e menos qualquer outra coisa que pudesse chocar a conservadora sociedade brasileira – exceto o fato dela ter dois namorados. Ainda assim, muito divertida. Em 2011, uma segunda temporada começou a ser transmitida, mas depois do quarto episódio, o seriado foi cancelado. De acordo com o que foi divulgado pela R

Super-heróis, videogame e os hits do carnaval

Todo carnaval é assim: uma música é escollhida como hit e é tocada à exaustão em todos os lugares que concentrem foliões. Isso não quer dizer que essa música seja boa, muito pelo contrário: usualmente ninguém lembra mais dela depois que passa o carnaval, e se lembra não gosta mais. Interessante notar que a temática dessas músicas está mudando, mostrando uma influência cada vez maior dos nerds na sociedade. O atual hit do carnaval e candidato ao ostracismo em 2012 é o super sucesso Liga da Justiça , da banda Levanóiz. A letra é conceitualmente falha, e cita os inimigos do Batman atacando Superman e Mulher-Maravilha. Trata os heróis como um casal, e como se não houvesse mais ninguém na Liga. No entanto, por mais que a letra fosse fiel aos conceitos das personagens, dificilmente os nerds iriam aprovar – e eles nunca foram o público-alvo da canção. O que importa são os axezeiros felizes, e nesse ponto a música cumpriu sua missão – até porquê a letra é o que menos importa – se o te

Radiohead e a música como forma de arte

Com a popularização do MP3 e dos tocadores portáteis como o iPod, a maneira das pessoas consumirem música mudou completamente. O conceito de “álbum” como um trabalho que tenha uma sequência lógica e conceitual de músicas está cada vez mais distante da maioria do público, que prefere ouvir faixas avulsas, às vezes sem nunca ter visto o disco que está ouvindo fisicamente. Para a música pop descartável, essa mudança poderia ser até interessante, se não fosse a queda vertiginosa das vendas de discos. Nos anos 90 era comum uma banda ser obrigada a ser lançada vários discos em sequência, muitas vezes com uma ou duas canções razoáveis e o consumidor era obrigado a comprar o disco inteiro. Ou então comprar o CD da trilha sonora da novela. O clássico álbum OK Computer , do Radiohead foi lançado em 1997 e ironicamente prevê o advento do MP3. É como se ele dissesse: “OK, computador, você venceu”. Para muitos críticos, ele marca o início da morte dos discos. Mas o Radiohead, como de costume, t

Coleção Tim Maia

Se você passou por uma banca de revistas nos últimos dias deve ter visto alguma propaganda da Coleção Tim Maia, que está sendo lançada pela Editora Abril. Já estão à venda os dois primeiros volumes. A coleção traz a cada semana um pequeno livro de capa dura com 48 páginas, com um disco encartado do cantor. A edição está bastante caprichada: cada livro descreve o momento da carreira do cantor à época do lançamento original do álbum e traz pequenas notas citando acontecimentos que contextualizam a época. O capricho no livro, no entanto, não se refletiu na embalagem do CD.O disco vem dentro de um envelope fajuto colado na contracapa do livro, feio e pouco prático. Farão parte da coleção 15 álbuns do cantor, incluindo até mesmo os renegados discos Tim Maia Racional Volumes 1 e 2. Os álbuns “proibidos” foram gravados quando Tim Maia se converteu à cultura racional e suas letras tem como objetivo uma espécie de lavagem cerebral. Imagine uma música com o título “Leia o livro Universo em