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O custo de um carro popular é muito maior do que você pensa (uma história real)

Nunca tive o sonho de comprar um carro, até mesmo porque nem gosto de dirigir fora do videogame. E como até pouco tempo atrás eu tinha transporte da empresa para o trabalho, comprar um carro seria um capricho muito caro e desnecessário. Até que voltei para Belo Horizonte e senti a necessidade de comprar um automóvel para ter um pouco mais de conforto. Comprei meu primeiro carro em maio de 2014.

Em 30 meses e pouco mais de 43.000 km rodados, o meu carro gerou um custo mensal de R$1407,02.


Esse valor não inclui o valor que paguei no automóvel, ele refere-se apenas a gastos realizados que não poderão ser repostos com a venda do carro. Pode até parecer um valor muito alto, mas ele foi rigorosamente calculado e pode surpreender os desavisados.

E veja só, meu carro não é extravagante: é um Volkswagen up! com a maioria dos opcionais. Tem motor 1.0, consome muito pouco combustível e a manutenção é relativamente barata. É que mesmo um carro popular pode sair muito caro.

R$27.044,14 com despesas do dia a dia.
Gastei esse montante somando tudo que paguei de combustível, estacionamento, seguro, IPVA, revisão, manutenção e limpeza do carro. Na média, são R$901,47 por mês que você vê saindo direto da sua conta bancária.

R$5.703,00 de depreciação
Pelos valores da tabela FIPE, o meu carro vale quase seis mil reais a menos do que paguei. Na prática, se eu vendê-lo por um valor menor que o da tabela, o gasto fica ainda maior.

R$9.463,53 de renda potencial perdida
Caso eu tivesse deixado o dinheiro que paguei no carro na poupança, que tem um rendimento baixíssimo, ele teria rendido quase dez mil reais no período. Comprei o carro à vista, eu tinha o dinheiro para aplicar. E se eu tivesse financiado parte do pagamento, certamente o gasto seria maior. O valor foi calculado utilizando os dados reais de correção da poupança no período de maio de 2014 a dezembro de 2016.

Tudo isso dá um total de R$42.210,67. São R$1407,02 por mês, ou R$46,90 por dia.

Ao comprar um carro, é muito importante ter mente qual é seu custo real. Muita gente acaba enxergando apenas as despesas do dia a dia, quando na prática elas representam 64% do total. O "custo invísivel" é muito representativo, e é preciso levá-lo em consideração para tomar a decisão mais interessante.

A pergunta que fica é: valeu a pena? Considerando o local que moro e os deslocamentos que tenho que fazer diariamente, sim. Para ter um conforto equivalente eu teria que morar a menos de 10 km do trabalho e utilizar Uber, Táxi ou Cabify. Naturalmente, utilizar ônibus seria uma alternativa em que eu pagaria o transporte com menos dinheiro, mas com mais tempo. E eu acho o tempo mais precioso.



Comentários

  1. Morando a menos de 10km do trabalho, a bicicleta seria também uma opção, mesmo numa BH com fama de ter muitos morros. (Sim, meu lado ciclochato me obriga a fazer esse comentário. Eu sei, eu sei.)

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    1. Bicicleta em São Paulo é tranquilo (dá até pra carregar no metrô), mas em BH tem que ser atleta pra conseguir enfrentar tantos morros.

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  2. Problema da bike em BH nem são os morros.. com tempo você acostuma.. o problema são os motoristas sem educação mesmo..

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    1. Com a falta de educação dos motoristas a gente sofre estando de carro, a pé, de ônibus, de bicicleta...

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  3. Tem trajeto ou situação que um transporte é melhor que outro e isso inclui bike, mas, de maneira geral, o único problema que já tive ao andar de bicicleta em BH é a falta de educação de motorista, todo o resto é contornável.

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  4. Anônimo6:20 PM

    Bom , então já sei menos de 10km se tiver grana Uber . Gostaria de saber o cálculo do tempo, para saber senão compensa o onibus , só durmo 6 h por dia , talvez pra mim compense o bus.

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    1. Pensando em dinheiro, o ônibus só deve perder para a bicicleta. A questão realmente é o tempo - pra muita gente vale a pena pagar mais para não demorar tanto no trajeto.

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