Na primeira vez que vi a trilogia Millennium numa livraria, não me interessei. As capas eram feias, e o nome, horrível. “Millennium” pra mim eram os produtos com pinta de hi-tech que eram vendidos antes da virada do milênio. Os livros também eram caros, e assim fiquei longe da série por um bom tempo.
Mas eis que a Companhia das Letras resolve relançar a coleção escrita pelo sueco Stieg Larrson com novas capas (essas bonitonas aí em cima) em uma “edição econômica”. E numa dessas promoções da Americanas.com resolvi arriscar e comprei a coleção completa.
E que surpresa agradável foi ler a série.
As duas personagens centrais são o jornalista Mikael Blomkvist, da revista Millennium, e a misteriosa hacker Lisbeth Salander, duas figuras politicamente incorretas, mas com alto nível de carisma. O leitor acaba aprovando as ações dos dois, por mais transgressoras que sejam.
A narrativa é ágil, com reviravoltas sem exageros. A trama envolvente, convincente e cativante.
Cada livro possui uma história independente, mas eles são sequenciais. No terceiro livro, A Rainha do Castelo de Ar, a história cresce tanto que Mikael e Lisbeth dividem a cena com diversas outras personagens. Acontecimentos aparentemente sem importância de um volume voltam à tona na edição seguinte e uma grande rede conspiratória se forma.
A trilogia completa já foi adaptada para o cinema, numa produção cult sueca. O primeiro filme, Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, passou no Brasil sem muita repercussão. É um grande filme, com uma trama fiel à história original. Mas dificilmente os outros dois longa-metragens europeus estrearão por aqui. O motivo: a trilogia está sendo filmada novamente, agora em Hollywood.
Millennium é realmente uma série fantástica, mas minha birra com o nome permanece. O consolo é que esse nome não foi escolhido pelo autor. Stieg Larsson faleceu enquanto escrevia o quarto volume das aventuras de Salander e Blomkvist. Chamar a coleção de “Trilogia Millennium” foi uma decisão dos editores, posterior a esse incidente.
Gregor, muito bom post!
ResponderExcluirCoincidentemente resolvi romper o jejum de 200 anos sem ler um livro para ler justamente Os Homens que Não Amavam e, realmente, que surpresa agradável.
Quanto à versão cult do primeiro livro no cinema sueco, não sei se estava com muito sono ou se o problema é outro, mas não gostei do filme.
Nunca imaginei que fosse dizer isso mas 'espero que a versão de Hollywood seja melhor'.
Será?
Abraço!
Vital
Millennium pra mim era aquele seriado criado pelo mesmo autor do Arquivo X, não associava com coisas do milênio mesmo.
ResponderExcluirNão entendi a frase: dificilmente os outros dois longas estrearão por aqui pois estão sendo filmados em Hollywood. Isso não aumenta as chances de eles estrearem aqui?
Drewa, os dois longa-metragens que não devem passar por aqui são da versão sueca.
ResponderExcluirA versão Hollywoodiana deve passar inteira por aqui, inclusive o primeiro filme.
Alterei o texto para ficar mais claro.